quinta-feira, 21 de novembro de 2013
segunda-feira, 11 de novembro de 2013
Sobre Mínimo Contato - a nova montagem da Nebulosa Companhia
O texto Mínimo Contato teve sua
primeira montagem realizada no Festival de Curitiba em abril de 2011. Foi
sucesso de crítica e público, recebendo o seguinte comentário na época de
Christiane Riera da Folha de São Paulo, “No quesito dramaturgia inovadora,
destaque absoluto para o diretor Alexandre França. Sua peça "Mínimo
Contato" tem texto sagaz, em que os atores trocam sutilmente os papéis de
agressor e vítima, revelando que o tema da tortura nas relações sociais nasce
de um lugar mais íntimo e primitivo.” A nova montagem paulista marca a criação
da Nebulosa Companhia, composta pelo autor e diretor da peça e pelos atores
Renata Bruel e Marcos Reis.
O texto toca em pontos cruciais
do funcionamento da sociedade contemporânea. Explora os limites da tortura, as
relações de poder existentes nela - até onde ela é um jogo, até onde ela possui
afetos, prazer ou pura crueldade. Ao fazer isto, a peça promove questionamentos
sobre a existência e o funcionamento da tortura nas diversas camadas sociais -
na escola, no trabalho, nas ruas, ou no universo lúdico da mente de uma
criança. Mínimo Contato é um convite à reflexão sobre o tema da tortura na
sociedade atual.
A peça estréia dia 25 de novembro no terceiro andar do Sesc Consolação
Teaser - Varal. Da peça Mínimo Contato (estréia dia 25 de novembro no Sesc Consolação)
Mínimo contato Teaser 01 from Victor Ribeiro on Vimeo.
Teaser - Tom e Jerry. Da peça Mínimo Contato (estréia dia 25 de novembro no Sesc Consolação)
Teaser minimo 3 from Victor Ribeiro on Vimeo.
Mínimo Contato e a Nebulosa Companhia
Por Alexandre França
Renata Bruel e Marcos Reis - dois novos parceiros neste
início nebuloso que começou em 2011 com o término da escrita de Mínimo Contato.
Uma peça que imaginei como um tempo fechado de vozes, formando uma multidão
cinza acerca do que entendemos hoje por um ser humano. Uma peça que deixou em
minha mente um buraco negro exposto – um enigma sobre vida e arte que, talvez
no final de meus dias, eu saiba compreender. Qual foi a surpresa ao me deparar
com uma nova face deste mesmo enigma: uma nova forma de encenar um texto que já
havia se cristalizado pela lapidação das horas. Marcos e Renata dilataram a poesia do
incompreendido – roubaram do tempo, por 45 minutos, a arquitetura da duração. E
me ensinaram tanto nesses três meses de São Paulo – pra mim, um intensivo nesta
cidade cheia de contrastes e contradições – fúria, mágoa, apatia, lágrimas,
alívio e potência misturados, formando uma mesma cor que ninguém saberia
identificar. Nesse meio tempo, foram muitas portas na cara, mas também muita
generosidade e braços abertos. Esta nova montagem de Mínimo Contato marca não
só a criação da Nebulosa Companhia, mas também a minha chegada em São Paulo. Uma
cidade que, assim como essa peça, deixará aberto um buraco negro, garoando
eternamente dúvidas em minha cabeça.
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